Nos meados da década ‘90 a Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia (DNFFB)reocupou a área tendo como prioridade a reabilitação de infraestruturas, reabertura depicadas e algumas actividades de fiscalização.
Em 1995 foi desenhado um plano de emergência como parte da preparação do projectotransfronteira. Em 1996 um plano de maneio foi preparado e, antes da sua aprovação, ogoverno aprovou, em 1997, o projecto Blanchard Mozambique Enterprises que tinha emvista a gestão da REM na base de concessionamento para desenvolvimento da área parafins turísticos e construção de infraestruturas de suporte. Como acontecia com o Estado, oprojecto também teve vários problemas financeiros, tendo o Estado sido obrigado a cancelara licença do projecto em 1999.
Com o projecto ACTF já em curso, o governo integrou a REM dentro da iniciativa dedesenvolvimento de Áreas de Conservação e Recursos dos Libombos, acto assumidoatravés da assinatura do protocolo trilateral conhecido por iniciativa dos Libombos, assinadoa 22 de Junho do ano 2000, pelos Governos de Moçambique, da África do Sul e daSuazilândia.O conceito de ACTF evoluiu do que, inicialmente, tinha como objectivo restrito deconservação da biodiversidade para o de criar modelos integrados de conservação deecossistemas e desenvolvimento sócio-económico. Esta mudança surge da constataçãode que os elementos sociais da conservação são tão importantes como as dimensõesecológicas. Esta maneira de pensar é vital para determinar as melhores formas de gerarbenefícios palpáveis para as comunidades que dependem dos recursos naturais.
Como parte integrante desta iniciativa e para promover o desenvolvimento turístico eacelerar a partilha de benefícios pela comunidade, para além da iniciativa TRILAND e 3EASTROUTE, o governo aprovou, em 2010, um programa de repovoamento de fauna braviaque previa a introdução de 1560 animais sendo 520 por ano.
Este programa permitiu a introdução, ate a data de 510 animais de diversas espécies,tendo tido o seu epílogo no ano de 2012 com a introdução de 437 animais. Este programa de reposição foi possível com empenho e vontade desmedida, dos HOMENS e deverácontinuar, ate que no mínimo se atinjam os números aprovados no início do programa.Durante o ano em curso, existe o plano de reintroduzir, dentre outras espécies, os primeiroscocones e inhacosos, animais que para além de diversificar a atracção turística irãocontribuir para um melhor comportamento das espécies florísticas, aumentado a biomassaque permitira um suporte de maior numero de animais, catapultando cada vez mais aREM como um destino turístico impar a nível Mundial com a peculiaridade de poderoferecer oportunidade para a combinação de sol, praia e selva, podendo ver o maior animalselvagem terrestre a Oeste e do mesmo ponto ver o maior mamífero aquático – o tubarão– baleia combinada com a beleza paisagística, animal, cultural e gastronómica e do maiorrecife de corais da África Oriental e Austral.
Atracções
A REM como centro de endemismo vegetal:
O Centro de Endemismo de Plantas de Maputaland é uma região de aproximadamente17,000km2elevados níveis de riqueza de espécies e também contém o Local de Património Mundial deiSimangaliso. As pessoas dependeram da captura de recursos naturais para suportar o seusustento e isto ajudou a manter a sua biodiversidade.Este centro contém pelo menos 2500 espécies de animais das quais 225 espécies e trêsgéneros são endémicos ou quase endémicos. Também se associa a uma diversidade defauna excelente que também inclui várias espécies endémicas nos grupos de vertebrados einvertebrados, por exemplo,
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472 espécies de pássaros, das quais cinco espécies e 43 subespécies são endémicasou quase endémicas,• 102 mamíferos com 14 espécies e subespécies endémicas,
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112 espécies e subespécies de répteis com 23 espécies endémicas,
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45 rãs com três espécies endémicas, e
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67 peixes com oito espécies endémicas.
O Centro de Maputoland é único quando comparado com outros centros, visto que oelevado número de espécies endémicas se encontra disperso sobre quase todo o espectrotaxonómico. É fundamental em termos dos regulamentos da Convenção do IUCN sobre aDiversidade Biológica que os Centros de Endemismo sejam identificados e reconhecidos porautoridades de conservação. Estas áreas tornam-se uma prioridade para a implementaçãode uma estratégia e medidas por parte das autoridades para proteger e salvaguardar estes elementos de biodiversidade.
Vegetação (onde 225 espécies e três géneros são endémicos ou quase endémicos)
• Floresta de dunas costeiras;
• Floresta dos pântanos;
• Florestas de terras arenosas;
• Zonas húmidas incluindo o corredor do Futi e as planícies inundáveis do rio Maputo;
• Comunidades de mangais;• Ricas e endémicas savanas anãs;
• Raras e endémicas espécies de plantas;
Fauna (102 mamíferos com 14 espécies e subespécies endémicas)
• Elefante;
• Chengane;
• Artiodáctilos ruminantes;
• Pangolim;
• Esquilo vermelho;
• Aves: várias espécies inscritas no apêndice da CITES incluindo migratórias (472espécies de pássaros, das quais cinco espécies e 43 subespécies são endémicas ouquase endémicas);
• Répteis: crocodilo do Nilo (112 espécies e subespécies de répteis com 23 espéciesendémicas);
• Peixes (67 peixes com oito espécies endémicas); e
• Batráquios (45 rãs com três espécies endémicas)
Pontos turísticos
• Ponta Chemucane;
• Ponta Membene;
• Ponta Milibangalala;
• Ponta Dobela;
• Garganta do rio Maputo;
Novos desenvolvimentos:
1. Construção de dois novos postos de entrada de turistas do Futi (sede) e Gala
2. Construção de dois novos postos de fiscalização em Phuza e Gueveza que se vemjuntar ao Posto de fiscalização de Massale
3. Construção de novos de postos de fiscalização de Zuali e Milibangalala (2011)
4. Construção de um edifício para escritório na sede da Reserva
5. Construção de uma pista de aterragem
6. Aquisição de uma avioneta ultraleve
7. Adjudicação da Ponta Chemucane para parceria de negócio comunidades e privadosformando a empresa Companhia do Turismo de Chemucane
8. Em curso procura de interessados via, Mosaico do Índigo para a adjudicação daspontas Dobela e MilibangalalaFuti.
Historial da Reserva Especial de Maputo.
A Reserva Especial do Maputo foi proclamada por Diploma Legislativo n.o 1994 de 23 deJulho de 1960 e, era chamada Reserva dos Elefantes do Maputo com o único objectivo deproteger inúmeras manadas de elefantes no espaço entre o rio Maputo, a Norte, a Ponta doOuro, a Sul e a Fronteira com a Republica da Africa do Sul a Oeste.
Seus limites, foram actualizados a 09 de Agosto de 1969, mudando de nome para ReservaEspecial do Maputo (REM) e seu objecto de criação, a protecção da biodiversidade numtodo em especial o centro de endemismo vegetal de Maputolandia através do DecretoLegislativo 2903. A área passou a ter a seguintes coordenadas 26°30'S, 33°00'E. Na alturaa REM era conhecida como a casa de diversas espécies como inhala, cudo, cocone, impala,zebra dentre outras espécies para além de manadas de elefante. Esta biodiversidade eraextensiva para actual cidade do Maputo, na altura chamada Delagoa Bay.
O desejo e ansiedade do Homem de desenvolvimento e não só, acelerou a eliminação dealgumas espécies de animais em áreas fora e dentro da REM, embora nesta ultima parte aReserva tivesse uma força que procurava controlar.
A guerra civil que grassou o país desde 1977, atingiu de forma aguda a REM em 1987,altura em que a administração da REM teve que vagar a área. Dai até pouco depois do fimda guerra (1992), esta área estava exposta as vontades e prazeres de obuses e projécteisbélicos.